quarta-feira, maio 16, 2007

O sonho de Sofia

Hoje me lembrei do Kundera. Porque pensei muito sobre peso e leveza.

Acabo de acordar de um sonho muito longo. Um sonho de anos.

O corpo está mais leve, sim. Mas a mente também. E não só... mas existe também a sensação do “estar suspenso”. É o limiar entre o abrir os olhos e o despertar completo. Calculo agora que, pelo tempo de duração do sonho, essa fase pode se estender por alguns dias. Devo aproveitar ao máximo a minha estadia no limbo. Porque tudo o que é leve, é mágico e interessante. E leve será a minha existência a partir de hoje. Tão leve... que me permitirei voar em certos momentos.

Mas enquanto deslizo por esse mundo vago, percebo também as coisas que são incrivelmente pesadas. E chega a ser triste descobrir que pessoas que prometem tanto... podem tornar-se completamente decepcionantes. Acho um pouco difícil entender o que leva a isso. É bem provável que tenha algo a ver com aquela história (bem verdadeira) sobre “o medo” e “a preguiça”. Que transforma potenciais seres humanos em números. E certamente também tem a ver com o egoísmo. Aquela doença dos que ainda não perceberam que o “estar só” é uma ilusão.

Mas apesar de tudo... eu sempre me pergunto: “Mas e a arte? Onde está? E o amor?”... E eu os vejo bem na minha frente... E por todos os lados. Ao alcance daqueles que (como eu) desejam loucamente abraça-los. Loucamente... porque definitivamente... são os poderes que irão nos guiar.

KST

4 comentários:

cão andaluz disse...

O leve estar é realmente mágico. Principalmente quando oposta pela alta densidade enferrujada do mundo.

Mas prometer o que não se pode ou vai se cumprir é apenas uma forma torta de projetar-se para algo diferente daquilo que realmente somos.

O verdadeiro peso do mundo está em esperar, e até mesmo no afã de afirmar que não se esperará, está lá o peso do mundo.

Acreditar e a amar humanos é também contemplar seus medos e preguiças, pois que são detalhes como estes que os tornam tão pequenos e singelos quanto os insetos das folhas de suas fotos.

E não são eles singelos por serem pequenos:::

Pessoa dizia que homem tem o tamanho daquilo que consegue enxergar...

Uhuuuuuuuuuuuuuuuu.....Parabéns pelo texto. Maravilhoso. escritora nata!
bjo
Steven

Anônimo disse...

E ai Doutora!!!
Muito legal seu texto!!!
Só acho que houve um equivoco... será que você não despertou para um novo sonho?
Pense neste ponto de vista.
;)
Abraços.

Anônimo disse...

Epa perai... se você estava descontente você acordou de um pesadelo... acordando para um mundo seguro e real.
hummm
Ou simplesmente esta no matrix e viu a realidade... Ou não...

Humm Otimismo... vc acaba de despertar para o um novo sonho.
:p
Abraços.

autor desconhecido disse...

Agora que você partiu (será?), é engraçado ler de novo esse sonho, perceber que ele ainda aqui, e mais que isso, perceber o que ele provocou. Em mim.
Ele me forçou a ver a mesquinharia possível nos pequenos atos, que eu achava grandes mas não eram - pequenos atos de fuga nessa peça complexa. E foi um choque.
Então parei e resolvi olhar para um universo que pulsava em um ponto, que já estava lá, ainda não para os meus olhos. Aos poucos ele foi se mostrando, e havia muita coisa. Muitas coisas lindas.
Obrigado pelo Unicórnio que vc me deu. Agora ele cavalga pelos ares do mundo e sempre volta aqui, ao lado do meu veleiro. Pela sua mágica a vida sorri de novo intensamente neste quarto e em todos os lugares.